Prefeitura não renova contrato e Albergue Noturno pode encerrar atividades
Publicada em: 10/09/2025 22:01 -
A Prefeitura de Rio Preto decidiu não renovar o convênio com o Albergue Noturno “Protetor dos Pobres”, entidade que há 79 anos oferece acolhimento e assistência a pessoas em situação de rua. O contrato vigente será encerrado no próximo dia 30 de setembro, e os serviços prestados deverão ser redistribuídos entre outras instituições.
Segundo o presidente do Albergue, Marcelo Zola Perez, não houve esclarecimentos sobre a não renovação do contrato. “Já estamos com todos os 18 funcionários cumprindo aviso prévio. Não prestaram esclarecimentos e vamos fechar as portas. Estamos à procura de outros contratos, mas a realidade é que não temos mais uma parceria com a Prefeitura de Rio Preto”.
Em nota, a direção do Albergue destacou a relevância do trabalho desenvolvido ao longo de quase oito décadas. Atualmente, a entidade atende cerca de 1.200 pessoas por mês, com serviços que incluem pernoite, alimentação, encaminhamento para o mercado de trabalho, atendimento psicossocial e qualificação profissional. Para isso, conta com uma equipe de 18 colaboradores, muitos com mais de dez anos de atuação.
O Albergue afirma que, sem o repasse mensal de R$ 86 mil do município, fica inviável manter todos os serviços. A entidade propôs a criação de uma mesa de negociação com representantes do Poder Público, OAB, Defensoria Pública, sindicatos e usuários para buscar alternativas que garantam a continuidade do atendimento.
Com a decisão da Prefeitura, o futuro da instituição permanece incerto e reacende o debate sobre as políticas públicas voltadas à população em situação de rua em Rio Preto.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, as 50 vagas hoje mantidas no Albergue serão absorvidas pela Casa do Cireneu e pela Pousada da Esperança, ambas administradas pela Associação Lar São Francisco de Assis, em Jaci. Além disso, a Associação Madre Teresa abrirá 18 novas vagas voltadas ao atendimento específico de pessoas em situação de rua com dependência química.
A secretária de Desenvolvimento Social, Sandra Reis, afirma que não haverá prejuízo na logística de encaminhamento dos acolhidos. “Essas instituições já faziam atendimentos de passagem e pernoite. A Prefeitura continuará realizando os encaminhamentos em horários definidos, além de casos específicos, como o transporte a unidades de saúde ou ao Caps”, disse. Segundo ela, a descentralização permitirá melhorar a qualidade do atendimento.
Por meio de nota, a Prefeitura de Rio Preto informou que “trata-se de uma nova política de direcionamento dos moradores em situação de rua para atendimentos especializados conforme a necessidade de cada um deles”.